PASTORAL POPULAR LUTERANA – PPL IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL
Irmãos e irmãs da Pastoral Popular Luterana, parceiros e parceiras de caminhada que, a partir da fé, semeiam sementes de esperança: Vivemos um período de grandes desafios impostos pela pandemia do Covid-19, o qual tem ceifado vidas por todo o mundo. Pouco se sabe sobre esse novo vírus. Ele tem um alto índice de contágio e por isso nossa única forma de “resistência” é o isolamento e o distanciamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seguido pelos membros da IECLB, conforme recomendação da Presidência, Pastores e Pastoras Sinodais. O distanciamento social é a única forma de preservar a nossa vida e a vida das pessoas mais frágeis. Com isso, o mundo convocou uma “quarentena” que coincide com o tempo da Quaresma. Quaresma é o tempo de reflexão para o qual nunca tivemos tempo. O trabalho, os compromissos e as opções de lazer sempre ocuparam o tempo de reflexão que a Quaresma exige. Com a quarentena, muitas pessoas estão podendo fazer essa reflexão. Como Pastoral Popular Luterana queremos lembrar alguns pontos importantes para reflexão. O vírus do Covid-19 é particularmente letal para grupos mais frágeis da nossa sociedade: idosos e idosas, pessoas com quadro de saúde fragilizado e as pobres que não têm a opção do isolamento, pressionadas por uma economia e política que não promove a vida, mas impõe o sacrifício de vidas em nome das exigências do mercado. Pessoas jovens e fortes, que são consideradas fora do “grupo de risco”, podem fazer pouco caso da pandemia? Essa é uma atitude cristã? Não. Aqui convém lembrar o conselho do apóstolo Paulo, os “fortes” devem cuidar dos “fracos” (Romanos 15.1). Há um desvio e uma banalização da espiritualidade e fé cristã quando se afirma que nada poderá acontecer se a pessoa tiver fé em Deus, porque Deus está no comando e Ele protegerá as pessoas fiéis, como se o vírus não pudesse alcançar e contagiar quem tem fé. A fé não traz imunidade. A fé nos move ao cuidado pessoal e ao cuidado extremo aos outros e às outras. Estamos diante de novo tempo. Ninguém escapará: empresas, empregadas, empregados, pessoas excluídas do sistema e a sociedade em geral. Diante disso, somos chamados e chamadas a responder ao Evangelho, colocando em pratica ações solidárias com os nossos dons, bens e dinheiro. Porém, também somos provocados e provocadas a repensar a vida e a economia, inspirados e inspiradas na palavra do profeta: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5.24). A contradição que a pandemia do Covid-19 revela é mais profunda que qualquer polarização política abstrata: é concreta e prática. Trata-se da contradição entre a vida e o dinheiro, entre uma economia que gera vida, bem-estar, que alimenta, e uma economia que só pensa no lucro, que explora as pessoas e a natureza e que cria desigualdade. A contradição da política que, ao invés de preservar a vida e cuidar dos mais fracos e das mais fracas, incita a lei do mais forte, colocando a vida sob ameaça. Para agradar os poderosos e o seu dinheiro, não permite a orientação a partir do conhecimento e das ciências, mas age a partir do desejo, da ganância e da soberba. Jesus afirmou que não se pode seguir a dois senhores, ao Deus da vida e ao dinheiro (Mateus 6.24). Diante dessa contradição precisamos fazer uma escolha. Nenhuma neutralidade é possível. Tendo em vista que compartilhamos da mesma casa comum com toda a humanidade e com toda a criação, precisamos nos perguntar pelas pessoas mais fragilizadas. Esta é a pergunta que nós, da Teologia da Libertação, sempre nos fizemos. Nesse sentido, é momento de repensar nossas atitudes e a sociedade como um todo. Onde a exploração do ser humano pelo ser humano é a regra, precisamos preparar caminho para uma nova sociedade pautada pelo amor. Nela, a economia precisará estar a serviço da vida e do bem comum. Por último, o Covid-19 alterou nossos hábitos. Aquele encontro com o próximo e a próxima para o chimarrão, o café ou o tererê, o aperto de mão e o abraço forem deixados momentaneamente para depois. Sabemos que todos esses símbolos de comunhão fazem parte do nosso cotidiano e da nossa experiência de fé como pessoas cristãs, luteranas e grupos da PPL. Estamos convidados e convidadas a viver essa comunhão temporariamente com ferramentas digitais e através da oração. É importante que lembremos que não estamos sós. O sentimento de solidão pode ameaçar a nossa esperança. Quando nos vemos sozinhos ou sozinhas nadando contra a maré, podemos nos sentir vencidos e vencidas por ela. Queremos, portanto, como PPL, lembra-lo e lembra-la que você não está sozinho, sozinha. Há sementes de esperança por toda a parte. Isso tudo vai passar e aqueles abraços e encontros deixados para depois terão um significado mais forte e proveitoso quando ninguém mais correr perigo de contágio. A Páscoa nos lembra que a vida renasce, nossas vidas também renascerão depois desse tempo. Por enquanto vamos deixar a Páscoa se aproximar e, cheios de esperança, ensaiar um tempo novo. 01 de abril de 2020. Coordenação Nacional da PPL.
Graça e Paz, Irmãs e Irmãos A Pastoral Popular Luterana informa o cancelamento do VIII Encontro Intersinodal de Mulheres PPL agendado para 29 de março de 2020 em Erval Seco/RS. A atuação da PPL sempre se identificou pela fé, compromisso e ação em defesa da vida. Tomamos essa decisão levando em conta: a) as orientações das autoridades de saúde diante da propagação do COVID-19 (Novo Coronavírus) e b) das orientações da Presidencia da IECLB que nos chama à responsabilidade de agir para que a epidemia não se alastre e venha a causar dor e sofrimento. No momento queremos agradecer às pessoas que estiveram envolvidas na organização do evento e pedir pela compreensão das demais pela não realização do encontro. Com a mesma disposição vamos esperar para que o evento aconteça em outra data. A boa notícia é de que a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Erval Seco se mantem disposta a nos receber futuramente Que Deus mantenha sua graça e o seu cuidado sobre cada uma e cada um de nós
Despedimo-nos fraternalmente. P. Renato Küntzer – Coordenador Nacional da PPL.
Orientações sobre o Covid-19 (Coronavírus) – Nota da Presidência e de Pastores e Pastoras Sinodais (17/03/2020) 17/03/2020
“Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Romanos 5.5)
Os casos de infecção por COVID-19 (Novo Coronavírus) aumentam a cada dia e necessitamos complementar orientações emitidas pela Presidência da IECLB no dia 04/03/2020. Naquela ocasião, a suspensão de atividades comunitárias foi considerada. Diante do agravamento do quadro, Presidência, Pastoras Sinodais e Pastores Sinodais da IECLB orientam a suspensão imediata, e por tempo indeterminado, de todas as atividades comunitárias que envolvem encontro presencial de pessoas, sejam elas de qualquer idade. A orientação se aplica inclusive aos lugares que não possuem casos ou relatos de casos do Novo Coronavírus. Dependendo da evolução da pandemia, a suspensão será revista e novas orientações serão emitidas. Esta medida soma-se aos diversos esforços nacionais e mundiais para diminuir a proliferação do vírus. É tempo de incerteza, cautela e cuidado. Suspender atividades não é exagero, mas é atitude de responsabilidade com a vida. A propagação do vírus acontece através da proximidade e do contato físico. Suspendemos as atividades presenciais para evitar consequências desastrosas e trágicas. Agir preventivamente é tarefa de todas as pessoas, comunidades e lideranças. Reforçamos que as orientações e os decretos de qualquer instância governamental a este respeito devem ser obedecidos. A suspensão de atividades presenciais não significa cancelamento de todas as atividades comunitárias. O trabalho e o cuidado ministerial não cessa, mas ganha outros formatos. Lembramos que todas as pessoas batizadas são chamadas a cuidar umas das outras. O povo de Deus deve continuar a vivência da fé e o vínculo com irmãs e irmãos através de outros meios, tais como: – Oração. Vamos unir nossos corações, pensamentos e vozes em oração diária. Propomos que membros da IECLB se unam diariamente em oração às 7h e às 19h. A oração pode ser feita em qualquer lugar e através dela sentiremos a união no corpo de Cristo. – Reuniões em família e cultos domésticos. As pessoas podem realizar leitura bíblica e orações em suas casas. Os Sínodos e a Secretaria Geral da IECLB oferecerão recursos para estes momentos (www.luteranos.com.br). – Culto sem presença de público. Semanalmente, o Portal Luteranos disponibilizará pelo menos um culto gravado em vídeo. O Portal Luteranos já dispõe de estudos e cultos realizados em outras ocasiões. De acordo com a possibilidade, Ministras e Ministros podem gravar cultos e mensagens e transmiti-los através das redes sociais. – Visitação. De maneira geral, não deve haver trabalho de visitação, salvo em casos de extrema necessidade. Entretanto, podemos “visitar” pessoas através de um telefonema ou de mensagens por outros meios. – Sepultamentos. Nos ofícios de sepultamento, todas as pessoas devem evitar contato físico. Recomendamos realizar cerimônias mais breves e, onde possível, em lugares abertos. Em todos os casos, tomar as medidas de distância e higienização (sem distribuição de hinários e outros recursos impressos). No caso de falecimento em decorrência do Coronavírus, obedecer às orientações da autoridade de saúde. – Templos abertos. Avaliar a possibilidade de manter igrejas e locais de culto abertos para pessoas que individualmente buscam um lugar para orar e meditar. Se houver mais pessoas no recinto, uma distância mínima entre uma e outra deve ser observada e os meios de higienização disponibilizados. O cuidado com a vida e a ação diaconal fazem parte da essência da Igreja. Ao longo da história, a Igreja de Jesus Cristo demonstrou sua fidelidade ao Evangelho com atuação solidária em momentos de sofrimento. Mais uma vez, Deus nos chama para enfrentar uma situação difícil com fé, disposição para servir, ânimo e esperança. “Não me desampares, SENHOR; Deus meu, não te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação minha” (Salmo 38.21-22).
Pa. Sílvia Beatrice Genz – Pastora Presidente da IECLB P. Odair Airton Braun – Pastor 1º Vice-Presidente IECLB e P. Sinodal do Sínodo Paranapanema P. Dr. Mauro Batista de Souza – Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB P. Afonso Adolfo Weimer (Sínodo Rio Paraná) P. Carlos Eduardo Müller Bock (Sínodo Rio dos Sinos) P. Dr. Claudir Burmann (Sínodo Norte Catarinense) P. Décio Weber (Sínodo Centro-Campanha-Sul) P. Elisandro Rheinheimer (Sínodo Mato Grosso) P. Gilciney Tetzner (Sínodo Vale do Taquari) P. Guilherme Lieven (Sínodo Vale do Itajaí) P. Ismar Schiefelbein (Sínodo Espírito Santo a Belém) P. Jair Luiz Holzschuh (Sínodo Uruguai) P. Joel Schlemper (Sínodo Centro-Sul Catarinense) P. Me. Marcos Jair Ebeling (Sínodo Sudeste) Pa. Patrícia Bauer (Sínodo Brasil Central) P. Ricardo Cassen (Sínodo Planalto Rio-Grandense) Pa. Roili Borchardt (Sínodo Sul-Rio-Grandense) Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer (Sínodo Nordeste Gaúcho) Pa. Vera Lúcia Engelhardt (Sínodo da Amazônia) P. Vilson Emilio Thielke (Sínodo Noroeste Riograndense) https://www.luteranos.com.br/textos/coronavirus/orientacoes-sobre-o-covid-19-coronavirus-nota-da-presidencia-e-de-pastores-e-pastoras-sinodais-17-03-2020
“O verdadeiro amor lança fora o medo”. 1 João 4.18
O avanço do COVID 19 ameaça diretamente todas as pessoas e grupos que vivem há séculos em isolamento social com invisibilidade de direitos.
Diaconia é denúncia da insensatez e do desamor de lideranças políticas e religiosas fundamentalistas que optam pela ignorância e oportunismo em detrimento das políticas públicas e medidas imprescindíveis nesse cenário de riscos extremados.
A defesa de direitos é o coração da diaconia transformadora de Jesus. Diaconia é fé engajada contra as desigualdades. É saúde, segurança e moradia. É distribuição justa de renda. É trabalho digno, economia popular e solidária. É diversidade, justiça de gênero e democracia.
Diaconia é território sagrado assegurado para os povos e comunidades tradicionais.
A prioridade da atuação diaconal da FLD-COMIN-CAPA são as pessoas em situação de violação de direitos, seus territórios e o cuidado com as equipes de trabalho. Assim, FLD-COMIN-CAPA decidem:
Acompanhar e apoiar os grupos vulneráveis em tempo real e de forma segura; Instalar trabalho remoto para as equipes, seguindo as orientações de recolhimento em casa e isolamento físico, quando necessário; Cancelar e/ou transferir todas viagens e atividades presenciais; Defender o SUS e a revogação imediata da EC 95/2016 que impôs o congelamento por 20 anos nos investimentos públicos; Adoção urgente da renda básica cidadã para as pessoas empobrecidas e duramente afetadas pela crise econômica. #diaconiaprofetica
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil 17/02/2020
* Sobre a missão da IECLB e o lugar de testemunho da fé. * O samba enredo: sua mensagem, algumas afinidades e limites à luz da Bíblia e da confessionalidade luterana. * A IECLB não participará do desfile como instituição. Reconhece múltiplos lugares como espaços de testemunho da fé em Cristo. Em todos temos um chamado ao zelo bíblico e confessional. * Fortalecemo-nos como Igreja quando reconhecemos as muitas formas de testemunhar com convicção e fé o nome de Jesus Cristo.
“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem,” (João 10.14).
A IECLB tem como missão propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a sua vivência pessoal na família e na comunidade e promover a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo (Art. 3º da Constituição da IECLB). Para dentro de quais espaços a IECLB é chamada a dar testemunho de Jesus Cristo? Em quais espaços ela está disposta a fazê-lo? Quem o fará?
Estas e outras perguntas muito nos ocupam ao longo da história e também no início de 2020. A motivação específica é a possibilidade de participação da IECLB no desfile de carnaval que o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira (Mangueira) promove neste ano na cidade do Rio de Janeiro. A Mangueira propõe em seu samba enredo falar de Jesus. Imagina ele nascido na periferia da cidade do Rio de Janeiro, no Morro da Mangueira, entre as pessoas da favela. Canta o “Jesus da gente”, ou seja, o Jesus de quem vive ali e sofre marginalização por cor de pele (negra), pela origem (indígena) ou por ser mulher. Conclui que este “Jesus da gente” também hoje morreria, vítima da intolerância e violência.
Três aspectos chamam a atenção no samba enredo: 1ª) a denúncia da difícil realidade de vida nas periferias da cidade, sobretudo no Morro da Mangueira; 2ª) a mensagem de fé que aponta para a presença de Jesus, por ser onipresente, neste contexto de periferia; 3ª) a mensagem política/econômica que clama por partilha e fala do “Messias de arma na mão”.
A mensagem do Jesus na periferia, identificado com a pessoa pobre, solidário às pessoas em sua realidade de vida, não é nova para as comunidades da IECLB. Também o tema da intolerância religiosa nos é precioso e reiterado no meio ecumênico ou na vivência inter-religiosa. Some-se a isto o histórico da IECLB de ser uma Igreja dialogal, aberta e que sabe dar razão da sua fé.
Visto a partir de uma perspectiva ampla, o samba enredo e os carros alegóricos da Mangueira não configuram ofensa para a fé cristã de confessionalidade luterana. Esta avaliação decorre da leitura do texto que fundamenta o samba enredo e do relato de ministros e ministra da IECLB que participaram de reunião na escola de samba e puderam ver as alegorias. Entretanto, não sejamos ingênuos: o samba carioca vive também de surpresas. Algo pode não ter sido mostrado, pode ser pensado posteriormente ou mesmo não ser percebido por quem lá esteve.
Olhando para detalhes do samba enredo, há questões críticas e afirmações que somente podem ser reconhecidas como hipóteses ou figuras de linguagem. A comparação de José a um desempregado é um exemplo. Em nenhum lugar da Bíblia se diz que José era desempregado, mas também não se diz que ele sempre tinha trabalho. No campo da suposição, José poderia ser um carpinteiro empregado ou desempregado. Na favela talvez viveria de bicos. A análise em detalhes encontrará incongruências sob a perspectiva bíblica ou confessional. Mas também em nossas vidas há contradições e há incoerências. Mesmo sendo pessoas batizadas e justificadas por Deus, não estamos livres da ambiguidade. Fazemos o bem, porém também praticamos o mal. Por consequência, resta a pergunta sobre como nossa vida e conduta são avaliadas por Deus e pelas pessoas.
Sob a perspectiva da fé cristã só podemos confirmar a frase “Nem messias de arma na mão”. Jesus Cristo, o Messias, não veio ao nosso encontro de arma na mão. Veio em forma de criança pobre, nasceu numa estrebaria de animais e teve como primeiro berço um coxo de animais (Lucas 2). Confrontado com uma situação de violência e com a possibilidade de uso do poder no momento de sua prisão, Jesus Cristo disse a um discípulo: guarde a sua espada (Mateus 26). No samba enredo, a referência à arma tem conotação política, uma vez que são conhecidos os gestos de arma e propostas de flexibilização da posse de armas. No ambiente de extrema polarização política reside aqui uma grande parte da tensão. Como a Igreja se posiciona? Por um lado, a Igreja defende a liberdade de expressão e reconhece que cada pessoa tem a liberdade de escolher o seu projeto político. Por outro lado, a Igreja afirma que a posse de armas não soluciona o problema da segurança pública. Arma não é instrumento pacificador. É mecanismo de morte. Mas também não podemos deixar de perguntar se a referência ao “punho cerrado” é representação adequada para uma proposta de paz ou referência política. Como Igreja também não compactuamos com fatos ocorridos em escolas de samba do Rio de Janeiro, tais como envolvimento com jogo do bicho e o tráfico de drogas. Da mesma forma, temos o cuidado de não “romantizar” o desfile do carnaval e achar que ele resolverá os problemas sociais.
Muitas pessoas e comunidades refletiram a possível participação da IECLB no desfile da Mangueira. Também o Sínodo Sudeste e a presidência da IECLB o fizeram. Houve longas conversas, visita ao pavilhão da Mangueira, conferência de ministras e ministros do Núcleo Rio de Janeiro, reunião da Diretoria do Sínodo, cartas, manifestações e preocupações saudáveis de cuidado com a expressão coletiva da fé e a edificação de comunidades. Todo este processo mostrou que não há consenso em torno do tema e por isso consideramos:
a) A participação no desfile carnavalesco levanta a pergunta pela compreensão do que é sagrado e profano. Reconhecemos que “sagrado” não é somente o espaço reservado de uma comunidade. Sagrado é o espaço ocupado por Deus. Sagrado está ali onde Cristo está e onde as pessoas o testemunham. Mesmo assim, a perspectiva da fé de quem entende o sagrado de forma diferente merece consideração e respeito.
b) O desfile não é proposição do Sínodo Sudeste, de suas comunidades ou da IECLB como instância nacional. É um convite que abre a possibilidade de nos unirmos a um evento cultural e festivo. Também isto não é novidade na IECLB. Em diversos momentos ministras, ministros e lideranças da IECLB marcam presença em solenidades públicas, em festas populares, em eventos culturais. Tais ocasiões são oportunidade de nos apresentarmos para a sociedade com uma mensagem cristã. No caso do desfile carnavalesco, a mensagem seria: nossa fé não exclui o povo da periferia e nós nos esforçamos para estar ali também com a vivência da paz, da justiça, do perdão, da vida e da salvação.
c) Reconhecemos virtudes no samba enredo e o direito de uma escola de samba se manifestar religiosa e politicamente. Mesmo assim, como instituições, a IECLB e o Sínodo Sudeste não indicarão representante para participação no desfile da Mangueira. Se alguém da IECLB decidir por participação, esta ocorrerá em caráter particular e oramos para que aconteça com zelo pela expressão coletiva da fé.
d) Todas as pessoas são chamadas para serem testemunhas de Jesus Cristo. Este chamado reafirmamos como IECLB. Compreendemos que todos os espaços são legítimos para a expressão da fé cristã por crermos que Cristo pode estar em todos os lugares. Por isso conclamamos cada pessoa a testemunhar Jesus Cristo neste carnaval, não importando onde, se em culto comunitário, em um retiro, em um bloco de rua ou na avenida do samba. Testemunhar significa dar expressão e forma da fé em Cristo. Significa dar expressão ao perdão, à vida plena e à salvação.
e) Somos uma igreja plural na expressão da fé e por isso as manifestações são plurais. Conviver na pluralidade já é, por si só, um belo testemunho da fé em Cristo. Por vezes temos falhado neste aspecto e as manifestações nas redes sociais atestam a falha. Por isso nos dirigimos aos grupos que formam a “IECLB virtual”. Também este é espaço de testemunho cristão, de respeito às pessoas, de edificação da “IECLB real”, esta que se reúne face a face em diversos espaços. A teologia luterana destaca que somos pessoas justas e pecadoras ao mesmo tempo. Todas as pessoas! Por isso, tenhamos cuidado ao apontar o dedo para supostos pecados das outras pessoas. Cada qual analise a sua vivência e deixe a Deus os julgamentos. Deus não necessita de promotoras ou promotores de acusação, mas nos chama para ser testemunhas que praticam o amor e a justiça. Há que se distinguir entre a necessária denúncia profética e a dispensável acusação moralista.
f) Por um lado, queremos ter ousadia na missão. Por outro lado, não queremos escandalizar. Somente o cuidado pastoral e o amor às pessoas podem dizer quando um ou outro precisam ser enfatizados. O cuidado pastoral e o exercício do amor também nos fazem perceber que não conseguimos criar unanimidade em torno do assunto. Esta não é a preocupação maior. A preocupação maior está com a expressão de respeito aos diferentes jeitos de testemunhar o nome de Jesus Cristo. Assim como o corpo de Cristo não é formado por um só membro, também o Cristo morto e ressuscitado não é plenamente testemunhado de uma só maneira. Nossa grande chance está no propósito de construir diferentes formas de testemunho da fé sem comprometer a unidade. Nossa grande chance está em reconhecer que o testemunho da fé em Cristo é exercido nas comunidades, mas que precisamos de aproximação com quem hoje ainda não alcançamos. Sem espaços de aproximação também será pequena a esperança de que novas possibilidades de anúncio da mensagem evangélica de paz, justiça, perdão, vida e salvação em Cristo se concretizem.
Como interlocutores oficiais da Igreja neste caso indicamos o coordenador local do colégio de ministras e ministros e o Pastor Sinodal do Sínodo Sudeste.
Que Deus estenda sua mão sobre nós e abençoe as possibilidades que se nos apresentam neste carnaval. São Paulo, véspera do carnaval de 2020.
A Diretoria do Conselho Sinodal
Nota: A Presidência da IECLB apoia os encaminhamentos feitos pelo Sínodo Sudeste e o posicionamento emitido pela sua Diretoria.
Porto Alegre, fevereiro de 2020 Presidência da IECLB
Imagem meramente ilustrativa, não há vinculo com o posicionamento, aponta para o enredo. https://revistaferas.com.br/2019/08/10/mangueira-lanca-logo-oficial-do-enredo-2020/
“Eu escolhi vocês para que deem fruto” (João 15.16) Presidência IECLB no 279132/20 Deus comprou vocês por um preço; portanto, não se tornem escravos de seres humanos (1 Coríntios 7.23).
Em 2020, lembramos 75 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Um dos fatos marcantes de 1945 foi a libertação das pessoas aprisionadas em Auschwitz, o maior campo de concentração do regime nazista. Somente ali foram mortas mais de um milhão de pessoas. A maioria era judia e nem foi registrada como prisioneira, mas assassinada em câmaras de gás logo após a chegada. Os corpos eram incinerados em enormes fornos. Auschwitz tinha capacidade para cremar até 4.700 corpos por dia. As pessoas aprisionadas e assassinadas nos campos de concentração foram trazidas de diversos lugares da Europa, amontoadas em comboios de trem. Eram mulheres e homens, pessoas idosas, jovens e crianças, vítimas de uma ideologia perversa. Tal ideologia se caracterizava pela ideia de supremacia da pessoa branca, pelo nacionalismo, pelo ódio ao povo judeu, por intolerância e violência. O regime nazista exercia controle social através do militarismo e de grupos paramilitares, da censura e da propaganda. Por muito tempo conseguiu acobertar seus terríveis crimes. Os portões dos campos de concentração ostentavam a frase “o trabalho liberta”, mas esses campos eram verdadeiras indústrias de escravidão e morte. Ideologias são um conjunto de ideias, valores e normas. Não são necessariamente malignas, mas algumas são opressoras e podem mascarar sua maldade usando o nome de Deus. Nas palavras de Jesus, são como falsos profetas, que se apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes (Mateus 7.15). Hitler sabia muito bem usar a linguagem religiosa. Talvez por isto conseguiu o apoio de uma considerável parcela da população cristã na Alemanha. Também no Brasil havia pessoas de comunidades cristãs que se identificavam com o nazismo. Com inquietação e tristeza, percebemos que ainda há pessoas que defendem ideias semelhantes. Um regime cruel e diabólico como o nazismo não nasce de um dia para o outro. A perseguição a pessoas judias iniciou aos poucos. A ideia de uma “raça superior” foi se expandindo passo a passo. Por isto é preciso atenção a sintomas que se manifestam. Neste sentido, a palavra bíblica para o mês de fevereiro é um chamado para vigiar. Deus nos comprou por um preço: o sangue de Jesus. Não podemos nos deixar influenciar e escravizar por ideologias malignas, que atentam contra a dignidade da vida e da criação de Deus. Considerar que uma pessoa negra ou indígena não é gente, ou não evoluiu o suficiente, revela preconceito e a malícia da supremacia de um ser humano sobre outro. O racismo, a discriminação, a hostilidade em relação a pessoas estrangeiras e migrantes, a destruição do meio ambiente, são igualmente sinais graves. Não podemos esquecer ou negar a crueldade do nazismo e de outros sistemas totalitários. Não temos responsabilidade pelo que aconteceu no passado, mas temos o dever de evitar que novas bestialidades sejam geradas. É necessário também pedir perdão por qualquer envolvimento da Igreja em atrocidades. A partir do Evangelho de Jesus Cristo, repudiamos toda forma de opressão e escravidão. Deus nos chama para viver o amor, praticar misericórdia, buscar equidade e promover a paz. Ainda o antigo nos tortura, o peso de maus dias dá amargura. Senhor, dá a nossas almas acuadas a salvação à qual são preparadas. Por bons poderes muito bem guardados, confiantes esperamos o que há de vir. Deus é conosco sempre noite e dia. Assim é certa hoje sua alegria. (Hino de Dietrich Bonhoeffer, Pastor Luterano, preso em campo de concentração e morto pelo regime nazista) Saudações em Cristo,
Pa. Sílvia Beatrice Genz Pastora Presidente P. Odair Airton Braun Pastor 1o Vice-Presidente P. Dr. Mauro Batista de Souza Pastor 2o Vice-Presidente
Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei. (Gl 5.22-23a) A paz é um fruto do Espírito de Deus. A paz é um fruto do Espírito de Deus. Não é por acaso. Ela faz parte da essência do Evangelho, a boa nova de grande alegria. Após o nascimento de Jesus a boa nova é o fim do medo e o desejo de que se instaure a “paz na terra entre as pessoas a quem ele quer bem” (Lc 2.14). Também não é por acaso que após a sua ressurreição, a primeira palavra que Jesus dirige aos seus seguidores é de que não tenham medo e “paz seja convosco” (Jo 20.19). É fundamental que o anúncio do Evangelho seja conduzido sem medo e pela prática da paz, conforme a proposta do Reino de Deus, testemunhado publicamente por Jesus de Nazaré. “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). No primeiro dia do ano celebramos mundialmente o Dia da Paz. A Pastoral Popular Luterana vem nesta ocasião, reafirmar a sua tarefa evangélica e profética de promover e educar para a paz. Enquanto houver palavras e ações humanas que promovem o poder, a violência e a exclusão de outros seres humanos, que são igualmente imagem e semelhança de Deus, igualmente revestidos por Deus de dignidade, Condenamos: – os discursos vulgares e ações agressivas contra as minorias: homofobia, racismo, misoginia e afins; – as propagandas e politicas de segurança enganosas que visam popularizar o porte e posse de armas de fogo, alegando segurança e diminuição da violência; – o fundamentalismo religioso que manipula a Palavra de Deus e dela faz uso para a prática da violência contra manifestações religiosas minoritárias; – a intolerância religiosa promovida por ideologias que não tem bom senso e respeito mínimo à diversidade; – a violência protagonizada por discurso religioso e político contra os povos indígenas, a população negra e os pobres; – a violência do Estado contra movimentos sociais, movimentos populares que buscam manter os seus direitos e lutam por justiça e democracia; – a disseminação de mentiras pelo oligopólio midiático e redes sociais, promovendo uma onda de desinformação que, na prática, restringe o direito à comunicação; – os rumos da desastrosa política ambiental no governo com a revisão do Código Florestal e das Unidades de Conservação que apoia a prática e a impunidade aos crimes ambientais; – os desmontes na educação em níveis federal e estadual, que sucateiam o magistério e visam destruir o pensamento crítico e perpetuar a manutenção das desigualdades. o acobertamento institucionalizado de movimentos fascistas e nazistas; Como promotores da paz (pacificadores), nossa responsabilidade pastoral nos compromete com a educação para a paz. Paz é poder viver feliz, estar completamente bem, estar cercado de tudo o que se precisa para estar satisfeito. E tal experiencia de paz deve estar acessível a todos os seres humanos. Caso isso não ocorra, jamais teremos paz. Precisamos juntar forças com todas as entidades parceiras e pessoas de boa vontade que buscam e se empenham pelo Reino de paz, amor e justiça. Nesse sentido, a Pastoral Popular Luterana reafirma este seu compromisso: o bem estar pleno (Shalom), Manifestamos nossos votos e nosso desejo de parceria pela edificação da verdadeira paz, aquela que Cristo nos dá. Que o Espírito de Deus nos mova para isso! “Vem, entra na roda com a gente também!” 31 de dezembro 2019
A IECLB lançou o tema do ano para 2020 – Viver o Batismo. Somos chamados e chamadas a dar bons frutos! Visite o Portal Luteranos, assista e compartilhe!
“VIVER O BATISMO! O Tema do Ano da IECLB em 2020 é “Viver o Batismo”! Este Tema tem tudo a ver conosco. O que é Batismo para nós? Como podemos viver o Batismo?
O que é o Batismo? Batismo é um sacramento. Sacramentos são meios que Deus utiliza para nos dar perdão e salvação. Na Igreja Luterana temos dois sacramentos: o Batismo e a Santa Ceia. Esses sacramentos contêm a promessa da graça de Deus e foram instituídos por Jesus Cristo. Ou seja: nós batizamos e participamos da Ceia porque esta é a vontade de Jesus.
O que o Batismo faz? O Batismo realiza em nós o perdão dos pecados. Unida à palavra de Deus, a água do Batismo afoga o nosso pecado e nos dá vida nova. Estamos livres para fazer o bem, mas não estamos totalmente livres do mal. Durante toda a vida, vamos conviver com o fato de sermos pessoas ao mesmo tempo justificadas e pecadoras. Mas qual seria então o benefício do Batismo, se ele não afasta completamente de nós o pecado? O benefício é que Deus se alia conosco na luta contra o pecado. O Batismo pode ser comparado a uma roupa que se usa todos os dias para vencer o mal e permanecer na fé.
Com que idade nós batizamos? A IECLB admite ao Batismo crianças, pessoas jovens e adultas. Nós batizamos crianças porque reconhecemos que a graça de Deus não depende do nosso mérito e entendimento. Como escreveu Martim Lutero, “levamos a criança com a ideia e na esperança de que ela acredite, e rogamos que Deus lhe dê a fé”. Por meio da fé, a pessoa batizada recebe o que Deus lhe prometeu no Batismo. É importante lembrar que também a fé não é obra humana: é um dom de Deus! “Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo” (Efésios 4.5). Por ser obra de Deus, o Batismo acontece uma só vez e vale para toda a vida.
O Batismo cria vínculos. Ele nos une a Jesus Cristo e nos agracia com o Espírito Santo. A pessoa batizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo está colocada sob o âmbito da ação do trino Deus. O Batismo nos integra ao corpo de Cristo e a uma Comunidade. Por isto costumamos dizer que a IECLB é o convívio de pessoas batizadas, todas elas chamadas para viverem o seu Batismo.
Cada pessoa, a partir do Batismo e da fé, é chamada para testemunhar a palavra de Deus e participar da obra de Deus no mundo. Todas e todos nós fazemos parte do “sacerdócio de todas as pessoas que creem”. Esse sacerdócio é um privilégio: Deus nos concede o privilégio de sermos instrumentos do seu agir.
O tema do Ano é acompanhado por uma palavra de Jesus que diz: “Eu escolhi vocês para que deem fruto”. Qual é o fruto que se espera da pessoa batizada? O próprio Jesus nos dá a resposta no capítulo 15 do Evangelho de João:
– Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada.
– Como o Pai me amou, também eu amei vocês; permaneçam no meu amor.
– Se vocês guardarem os meus mandamentos, permanecerão no meu amor.
– O meu mandamento é este: que vocês amem uns aos outros, assim como eu os amei.
Dar fruto outra coisa não é do que transmitir o amor que recebemos de Deus. Tudo o que Deus faz é motivado por amor. Vamos nós também fazer do amor a base da nossa ação. Que o Tema do Ano nos desafie para reflexão e ação. Vamos viver o Batismo lembrando as palavras de Jesus: “Eu escolhi vocês para que deem fruto”.”
Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente
P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente
P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente
Na sua história a IECLB emitiu considerável número de posicionamentos e manifestos tendo um vista a realidade econômica, politica e social do Brasil a partir de Concílios da Igreja. A cada tempo ou situação histórica concreta a Igreja o fez na tentativa de corresponder à sua tarefa proféticA, ser e permanecer fiel ao Evangelho de Jesus Cristo.
No período da ditadura militar produziu o Manifesto de Curitiba – VII Concílio Geral em Curitiba nos dias 22 a 25 de outubro de 1970. De forma tímida o manifesto consegue expressar algumas criticas ao sistema de governo e à realidade socio política.
Já o documento do Concilio de Joinville, entitulado “Nossa Responsabilidade Social”, de 22/10/1978 vai ser mais explicito quanto ao papel profético da Igreja e de fidelidade ao Evangelho.
“Contudo, onde a consciência acusa, o Evangelho levanta a voz profética para chamar ao arrependimento, à libertação e à mudança radical (Mc 1.15).”
A partir do Evangelho tornam-se legítimos os questionamentos e a decisão de uma opção preferencial pelas vítimas da economia, politica e sociedade.
“Por isso também hoje não conseguimos ver Deus no progresso, mas sim naqueles que são por ele triturados; não no poder, mas naqueles que são por ele abatidos; não no dinheiro, mas naqueles que não tem como comprar o elementar para suas vidas (Mc 8.34-38). Deus simultaneamente padece e liberta ainda hoje. Assim a neutralidade se nos torna impossível (Rm 12.9-21). Somos chamados a tomar partido: Queremos subir na vida ou descer à cruz de nosso semelhante? Queremos nos unir ao círculo dos interessados em si mesmo ou dar as mãos para viver o amor de Cristo?”
“Todo aquele que se diz discípulo de Jesus Cristo, individualmente, é responsável, pois um cristão que é indiferente à injustiça e se furta à responsabilidade em questões sociais e econômicas, preocupando-se unicamente com o seu próprio bem-estar, não segue o seu Senhor.”
“Examinando, pois, os problemas de subsistência, habitação, saúde, educação, emprego, distribuição de renda, criminalidade, vício e outros em nosso meio, quais são os recursos de que dispõe a nossa comunidade?”
Qual a nossa responsabilidade na condição de comunidade cristã fiel ao Evangellho de Jesus de Nazaré? A pergunta de 1978 continua esperando por uma resposta.
Renato Kuntzer