Categorias
Mensagem

A PPL como testemunha da profecia que anseia por justiça!

Por: Pablo Fernando Dumer

 “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” Amós 5.24

Essas palavras chamam atenção contra uma religião institucionalizada, ferramenta do Estado, que legitima o poder das elites e a opressão do povo. O profeta Amós dirige severas críticas à religião de seu tempo e servem de alerta à união entre uma política conservadora e uma religião sedenta de poder. O que Amós critica é o uso da religião como ferramenta ideológica para sustentar o poder econômico e político, exclusão de pessoas, sedimentação do ódio.

Suas críticas à religião institucional, braço ideológico da monarquia, nasce do evento fundante de sua fé e da fé de seu povo: a experiência do Deus que conduziu sua libertação da escravidão do Egito e os conduziu a um pedaço de terra. Sua crítica nasce da fé num Deus que não se encontra do lado dos poderosos, não se encontra em palácios, em templos suntuosos, mas se encontra no chão que o camponês cultiva, no dia-a-dia do trabalho e da luta pela sobrevivência, na garganta seca por água, por vinho. Suas críticas nascem da fé num Deus que diz àqueles que esmagam os pequenos e as pequenas: “Não em meu nome”. A profecia de Amós diz basta a legitimação religiosa da opressão sobre o povo sofrido.

A Pastoral Popular Luterana tem sua missão atrelada à mesma fé. Fé esta que quer ser testemunhada publicamente. Fé esta que quer ser voz crítica, voz profética, fé que se torna ato público de resistência dos assassinados, das assassinadas com legitimação religiosa e dizer: “Não em nosso nome” e dessa forma dizer que discursos religiosos de ódio não representam o Deus libertador e o Jesus Cristo acolhedor.

Nesta motivação de fé, a Pastoral Popular Luterana promove vivências de fé até debates políticos, querendo refletir sobre os problemas da sociedade e contribuir com um testemunho profético e libertador e empoderamento de ações de justiça, inclusão e cidadania em nosso país, enquanto cresce discursos religiosos de ódio e legitimação de jogo por poder.

Fazemos votos e testemunhamos aqui nossa missão advinda desta fé que nos encoraja a nos unirmos na ardente espera e na luta por um mundo onde o direito brota como fonte e que a justiça corra qual riacho que não seca. Amém, axé, awere!

 

Categorias
Noticias Notícias gerais

Pra começo de conversa

Louraini Christmann

(Pastora Lola)

Foi nos fins dos anos 70
Inícios dos anos 80
Que a gente se perguntava
O que mesmo era aquilo?
No que mesmo daria aquilo?

E aquilo nos desafiava!

Era a reforma agrária
Que não saía
Era o salário mínimo
Que diminuía
Era a vida
Sendo vendida
Para o capital estrangeiro

E o povo brasileiro
Sofrido
Reprimido
Diminuído
Excluído
… ido!

E a gente se perguntava
O que mesmo era aquilo?
No que mesmo daria aquilo?

E aquilo nos desafiava!

Algo tinha que ser feito
Mas de que jeito?

Direito?
Esquerdo?
… direita!?
… esquerda!?

Esquerda!

Cruas
Da faculdade
Crus!

Nuas de experiência!
Nus!

Vivência em comunidade!
Visão de sociedade?
Nada!

E o chamado da sociedade veio
Quando a gente veio
Para a comunidade.

E a gente se perguntava
O que mesmo era aquilo?
No que mesmo daria aquilo?

E aquilo nos desafiava!

A América Latina
Chorava seus mortos
Suas mortas

Duras
Ditaduras
Duras!!!

A Teologia da Libertação
No nosso ouvido
Nos sentidos
E no coração

Ação?
Ação!

MST
CPT
CRAB
PT

A gente se envolveu
A IECLB respondeu
Com os seus temas
Que davam a direção
A missão

Mas a repressão bateu

A gente sofria
Na mão da burguesia
(como a gente dizia)
Dentro da sacristia

“Não pode falar nisso”!
“Não pode falar naquilo”!

E aquilo nos desafiava!

A gente via
Que tinha o que falar
A gente sabia
Que tinha que falar

O Evangelho desafiava…
Indicava o caminho…
Mas a gente sozinha…

“Preciso falar nisso”!
“Isso queima aqui dentro”!

Mas não tinha quando
Não tinha onde

Foi quando
A PPL foi se gerando…
Foi se gestando…
Foi se parindo…
Foi se nascendo…
E foi sendo o lugar
Onde a gente podia falar
Do que queimava “aqui dentro”

E gente se fortalecia
Se unia
E ia adiante…

“Somos PPL”, a gente dizia
No nosso dia a dia
E quando a gente podia
Celebrar do nosso jeito
Semear
Sementes de esperança

E muito semeamos
E muito celebramos
E muito erramos também

Faz bem
Estarmos hoje aqui
Para que
Celebrando
Estudando
Conversando
Resgatando a nossa memória
Possamos continuar
Fazendo a nossa história

Semeando!

Categorias
Eventos

Afirmando e reafirmando o desafio de sermos fermento na massa

Por isso, vá. Eu envio você. (Ex 3.10a)

Pessoas engajadas pela justiça e equidade, movidas pela fé no evangelho de Jesus Cristo, se reuniram entre os dias 03 e 05 de junho em Palmitos – SC no Encontro Nacional de Formação de Ministros e Ministras e Lideranças e 20ª Assembleia Geral da Pastoral Popular Luterana para viver, celebrar e atuar nas cores, cheiros e sabores da diversidade da criação, da sociedade e da IECLB.
A Pastoral Popular Luterana é um movimento de pessoas que caminham juntas com grupos marginalizados e oprimidos da sociedade. Em coerência com sua identidade, assume quatro tarefas prioritárias do seu testemunho e ação para os próximos anos: gênero, meio ambiente, minorias/excluídos e saúde, pelos eixos transversais: formação, comunicação, celebração e incidência. Através desses temas, foram elaboradas propostas que a PPL considera prioridade de atuação dentro da IECLB e dentro da própria pastoral.
Propõe-se que o tema do próximo encontro de formação seja relacionada a temática de Gênero. A PPL assume a tarefa da elaboração de uma política de justiça de gênero para orientar a atuação interna da mesma. Através da campanha “Em Comunhão com as Vidas das Mulheres” promovida pela Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias da IECLB em parceria com o Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST, quer-se resgatar as histórias de vida das mulheres de nossas comunidades em celebração aos 500 anos da Reforma.
Há muitos grupos marginalizados e excluídos no Brasil. No momento a PPL quer estar junto, com vistas a concentrar seu testemunho e ação naqueles que considera prioridade. Somos uma igreja nascida da imigração e um extenso histórico de migração. Hoje há novos migrantes no país que necessitam de uma ação imediata de solidariedade. A PPL quer incentivar, através das comunidades da IECLB, projetos de inclusão linguística dos e das migrantes. Além do preconceito por serem estrangeiros, boa parte dos e das migrantes sofrem discriminação por serem negras, situação enfrentada também por brasileiros e brasileiras. A PPL quer ser voz profética contra o racismo e inserir-se junto a atividades da sociedade civil, valorizando a diversidade étnico-racial na igreja e na sociedade.

Também quer valorizar a cultura indígena, em uma atuação de respeito e empoderamento de sua identidade religiosa. Para isso, a PPL quer se posicionar em prol da causa indígena no atual momento do Brasil. Da mesma forma são urgentes ações pela inclusão integral LGBT na vida
comunitária, pois muitas pessoas enfrentam exclusão em suas comunidades e grupos em função de sua identidade afetiva.
Saúde e meio ambiente se interlaçam em uma visão integral do ser humano. A PPL fortalecerá os laços e parcerias com instituições como ACESA (Associação Central de Saúde Alternativa) e o CAPA (Centro de Apoio à Promoção da Agroecologia). Incentivar-se-á oficinas e feiras ecológicas e a organização a nível regional para realização desse compromisso.
Esses compromissos e tarefas são assumidos coletivamente pela Pastoral Popular Luterana, e orientarão o testemunho e ação das diversas frentes e grupos locais da PPL pelo Brasil.
Palmitos/SC, 05 de junho de 2016.
20ª Assembleia Geral da Pastoral Popular Luterana.

 

 

 

Categorias
Mensagem

Deus, um cabo eleitoral?

 

“Não abuse do nome do Senhor, seu Deus, porque o Senhor não considerará inocente quem abusar do seu nome. ”

Manifestação da Coordenação Nacional da PPL – Pastoral Popular Luterana

A Pastoral Popular Luterana, reafirmando seu compromisso histórico com a democracia e com os valores do Reino anunciado por Jesus Cristo e diante da situação política atual, sente-se convocada a se manifestar.

As fundamentações dos votos de deputados e deputadas que levaram a decisão majoritária na Câmara Federal sobre a admissibilidade da abertura do processo de impeachment da Presidenta Dilma, no domingo, 17/04, revelou que as posições políticas de deputados/as evangélicos/as devem ser olhadas com muita preocupação. Ficou claro o fato de que um determinado fundamentalismo religioso ameaça cada vez mais a democracia brasileira, conquistada com tantas lutas sociais. É disso que se trata e a PPL quer vir a público denunciar um modo equivocado de fazer política e de se posicionar politicamente.

Sobriamente e antes de manifestar o seu voto, um deputado questionou se o uso do nome de Deus não estava sendo tomado em vão. Não consta que este senhor estivesse ali para defender qualquer comunidade religiosa. O que se viu no domingo foi um espetáculo da insensatez, do uso descarado do microfone e da TV para falar a eleitores distantes e desinformados sobre um assunto que a maioria nem tratou com a seriedade que merece em um país com mais de 200 milhões de habitantes e com mais de 140 milhões de eleitores. O uso do nome de Deus no domingo – na verdade – foi uma franca desobediência ao segundo mandamento da lei judaica, assumido com os demais na doutrina cristã. Além de tomar o nome de Deus em vão, a referência a uma divindade num espaço político leva à confusão entre Religião e Política, entre a manifestação da fé e o difícil exercício do governo democrático de uma sociedade. Quando isto acontece, rompemos com o princípio de laicidade do Estado, que é a garantia da liberdade religiosa para as pessoas e comunidades de fé, mas também para quem não professa fé alguma. Tal princípio foi conquistado com muitas lutas, e ele consta da Constituição Federal Brasileira de 1988, hoje ameaçada em muitos de seus artigos pela onda de retrocessos já em curso e que se antevê no futuro próximo, a continuar o que se viu no domingo à noite.

Outro grande perigo que as tendências fundamentalistas evangélicas apresentam é a instrumentalização da religião pela política, a partir de um uso manipulado de textos bíblicos fora de seu contexto e em franca contradição com aspectos centrais da mensagem de Jesus. Quando as religiões perdem a sua transcendência, elas se transformam em política. O pior é que a ação política em questão é das mais mesquinhas e clientelistas que se tem visto na história da democracia do Brasil,  sem qualquer fundamento legal, crítico e cidadão. É isto o que se pôde ver na manifestação de votos de muitos/as dos/as deputados e deputadas. Tendências religiosas que se mascaram em partidos políticos, desvirtuando o sentido da política em nome de um suposto deus, que nada mais é do que ídolo, na verdade conspiram contra o regime democrático e envergonham a nação. É o que se viu em grandes jornais do exterior no dia 18/4, estupefatos com o que aconteceu no Brasil. O absurdo político chega ao ponto de um deputado que é homem réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção, o Sr. Eduardo Cunha, que mentiu na Câmara escondendo suas contas nos bancos da Suíça, ser quem presidiu uma sessão histórica em que se votava pela admissibilidade da abertura do processo de impeachment da Presidenta Dilma – contra quem não há uma acusação sequer de corrupção – e, quando do seu voto, disse: “que deus tenha misericórdia dessa Nação”, fazendo, também, uso pervertido do nome de Deus.

Assim, estamos correndo o risco de distorcer a política e a própria religião. Ambas perdem a sua especificidade numa zona cinzenta onde interesses não manifestos escondem projetos contra a democracia. Junto com o uso falso do nome de Deus, tivemos de ouvir um deputado defender a Ditadura de 1964 e elogiar um coronel muito conhecido pelas torturas que praticou contra presos/as políticos/as nos anos duros da repressão militar. Os princípios cristãos condenam firmemente as pautas defendidas por tal discurso. Que mais haveremos de ouvir nos próximos meses? Que atitudes devemos tomar diante desses fatos, antes que seja tarde?

Conta-se que na Alemanha governada por Adolf Hitler e já em plena perseguição de judeus, ciganos, pessoas com deficiência mental e homossexuais, o Pastor Martin Niemöller teria dito o seguinte: “Quando os nazistas buscaram os comunistas, eu silenciei; afinal, eu não era comunista. Quando eles trancafiaram os socialdemocratas, eu me calei, já que eu não era socialdemocrata. Quando vieram atrás dos sindicalistas, eu não protestei, pois não era um sindicalista. Quando eles vieram recolher os judeus, também não protestei, visto que também não era judeu. Quando vieram me buscar, não havia mais ninguém para protestar” (Revista Novolhar, jan-março, 2016).

Felizmente Deus é Deus e não se deixa manipular em sua liberdade absoluta. Quem o usa como cabo eleitoral se equivoca seguindo um ídolo, frutos de seus desejos e projetos pessoais. Além do mais, o uso em vão do nome de Deus revela hipocrisia e incompetência política. A dimensão sagrada da política em favor das pessoas excluídas e das políticas públicas ameaçadas não depende de discurso religioso.

Parafraseando o teólogo alemão Wilhelm Brandt, a mensagem fundamental de Jesus não depende do sucesso do momento e não é desmentida pelo insucesso. Só políticos ilegítimos buscam legitimidade religiosa.

Por fim, deverá fazer parte dos movimentos de rua que certamente tomarão as cidades brasileiras nos próximos meses estabelecer claramente a distinção feita por Jesus diante da moeda do império romano: dar a César o que é de César, mas a Deus o que é de Deus. A imagem de César exigia obediência absoluta ao político, o que é uma distorção da sua tarefa pública de governar para o bem da sociedade. Por isto é que – para a PPL – o uso manipulado da linguagem religiosa na política (grotesca como se viu!) é um desserviço à causa do evangelho. Daí a necessidade de distinguir bem as duas linguagens para o bem da liberdade democrática, ameaçada por políticos que ousam esconder sua incompetência com o apelo à divindade como cabo eleitoral, fazendo dela um ídolo da opressão.

Pela paz e pela democracia, por um Estado laico. Por uma Igreja profética e samaritana, animada pelo anúncio do profeta Amós (5.24) de que também na sociedade brasileira  “haja tanta justiça como as águas de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não para de correr.”

Palmitos/SC, 21 de abril de 2016.

Coordenação Nacional da PPL

Categorias
Noticias Notícias gerais

Encontro Nacional de Lideranças, Ministros e Ministras da PPL

A PPL estará promovendo o Encontro Nacional de Lideranças e Ministros e Ministras nos dias 03 e 04 de junho de 2016, tendo por local as dependências do CEFAPP em Palmitos/SC (Rua Humaitá, 1030 – Bairro Bortolanza (Morro das Antenas).

Conforme o Estatuto da PPL, Capítulo VI, Art. 15: O Encontro Nacional da PPL é a reunião de pessoas associadas, simpatizantes e representantes de grupos de trabalho da PPL, do movimento social e comunitário, visando a celebração, a troca de experiências, a reflexão pastoral, a avaliação da caminhada e a indicação das prioridades de ação da PPL.

O objetivo do Encontro é reunir ministros e ministras, lideranças comunitárias e de movimentos sociais, teólogos/as, estudantes e pessoas identificadas com as causas e agenda dos movimentos sociais  para um momento de formação. Como Pastoral Popular Luterana desejamos buscar pessoas da IECLB e do movimento ecumênico, que estão atuando em movimentos populares e sociais a fim de construirmos uma rede de apoio com as comunidades para sua atuação profética e estabelecer parceria com os movimentos populares e sociais historicamente engajados na construção de uma nova sociedade justa e cidadã. Para isto a coordenação também está convidando entidades parceiras (pastorais ecumênicas, movimentos sociais e populares), a fim de que dialoguem com a PPL, auxiliando-a  no jeito de ser.

Pretendemos celebrar, pensar e construir em conjunto o tema:

“Viver, celebrar e atuar: cores, cheiros e sabores da PPL.”

Para isto contaremos com a assessoria do teólogo e Doutor em Ciências da Religião, Sandro Gallazzi. Trabalha desde 1983 na Comissão Pastoral da Terra, contribuindo para a organização dos movimentos populares, lutando pelos direitos dos pobres, para o fortalecimento da cidadania e pela preservação ambiental. É assessor do CEBI e membro atuante do movimento bíblico no Brasil e em vários países da América Latina.

O encontro terá início às 18:00h do dia 03 de junho (sexta-feira ) com acolhida, celebração inicial e  jantar. O  término acontecerá no dia 04, (sábado) às 22:00h. Lembramos que no domingo, dia 05, acontecerá a Assembleia da PPL. Mas desde agora estão abertas as inscrições para o encontro nacional e devem ser comunicadas para o Coordenador Nacional de PPL (P. Renato Küntzer, email renato.kuntzer@luanett.com.br) e para a tesoureira (P. Ires Helfensteler, email iresejair@hotmail.com). Solicitamos que as inscrições ocorram até o dia 15 de maio de 2016.

A PPL assume  as despesas de alojamento e alimentação no CEFAPP. Animamos vocês a se organizarem em caravanas, oferecendo carona, para baratear o custo das viagens que, em princípio, deverão ser assumidas individualmente e/ou pelo campo de trabalho. Para participantes dos Sínodos Mato Grosso, Amazônia, Brasil Central, Espírito Santo a Belém, Rio Paraná, Sul Rio-Grandense e  Sudeste haverá a possibilidade de uma ajuda parcial para as despesas de viagem.

Esperamos ansiosamente e cheios de esperança pela presença de vocês.

P. Renato Küntzer – Coordenação Nacional da PPL

 

Categorias
Noticias Notícias gerais

Convocação 20ª Assembleia Geral Ordinária da PPL

C  O  N  V  O  C  A  Ç  à O

Pelo presente Edital, ficam convocados os associados e as associadas da PPL – Pastoral Popular Luterana, para se reunirem na 20ª Assembleia Geral Ordinária da PPL, com primeira convocação às 08:00h, segunda convocação às 08:15h e terceira convocação nos termos estatutários às 08:30h do dia 05 de junho 2016 (cinco de junho de 2016), nas dependências do CEFAPP – Centro Evangélico de Formação e Assessoria a Pastoral Popular cita na RUA HUMAITÁ 1030, na cidade de Palmitos/SC, para apreciação da seguinte ordem do dia:

  1. Meditação inicial
  2. Leitura da convocação
  3. Leitura e aprovação da ata anterior
  4. Homologação das indicações de novos associados e associadas;
  5. Relatório de atividades das Unidades Organizativas, Equipes de Trabalho e Coordenação Nacional;
  6. Informações sobre finanças e prestação de contas 2015 da PPL;
  7. Parecer do Conselho Fiscal Acerca das Contas da PPL para apreciação;
  8. Definir diretrizes de ação pastoral e estabelecer prioridades a nível nacional;
  9. Secretaria Executiva Nacional e equipes assessoras.
  10. Assuntos diversos.

De acordo com o Art. 8º dos Estatutos da PPL a Assembleia é o órgão máximo de deliberação política e supervisão administrativa da PPL, sendo composta por pessoas associadas e pessoas convidadas pela Coordenação Nacional da PPL.

Conforme prevê o Estatuto, somente poderão participar da Assembleia, com pleno exercício de seus direitos, pessoas associadas em dia com suas contribuições. As anuidades poderão ser pagas junto a tesoureira da PPL,  Pa. Ires Helfensteler (iresejair@hotmail.com) ou antes do início da Assembleia.

As despesas decorrentes das viagens dos associados e associadas serão assumidas pelos respectivos, salvo as despesas previamente estabelecidas com a Coordenação Nacional na medida do alcance financeiro disponível.

Demais informações poderão ser requisitadas junto a Coordenação Nacional da PPL.

Renato Kuntzer – Coordenador Nacional da PPL

Categorias
Mulheres Noticias

Casa Comum X Nem Tão Doce Lar

Querid@s, estamos na semana da Paixão. Nela, lembramos do sofrimento e da morte de Cristo na Cruz para nos dar a salvação. Tivemos uma bela celebração no Domingo de Ramos no Encontro Intersinodal de Mulheres da PPL. Mais de quatrocentas mulheres estiveram reunidas no CCE. Ramos erguidos e lenços erguidos, clamamos “Pelo Fim da Violência Doméstica”. O teólogo Rogério Aguiar representou a Fundação Luterana de Diaconia que trouxe para o encontro a Ex-posição Itinerante “Nem Tão Doce Lar”, uma casa com cenas de violência doméstica para motivar a reflexão sobre o tema. Esta exposição ficará aberta na casa pastoral até dia 24 de abril. Prestigia-rão o evento o Pastor Sinodal Jair Holzschuh, Pastora Carmem Siegle da Coordenação de Gênero da IECLB, o Padre Irineu Paetzold, o Vice Prefeito José Roberto Gomes e o Presidente da PPL Pastor Renato Kuntzer, além de outras autoridades seculares e religiosas.

Durante o encontro foi lembrado o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica, “Casa Co-mum, Nossa Responsabilidade” – uma oportunidade de refletir também a respeito dos lares e de como as relações neles se estabelecem. Precisamos modificar relações de poder e dominação em relações de respeito e comunhão. E onde isso não é possível, ali compete a cada cidadão de-nunciar a violência e a opressão. Para isto, existe o número 180 (Central de Atendimento à Mul-her), que pode auxiliar tanto nas denúcias, quanto no acompanhamento e proteção das mulheres vítimas de violência. Outro apoio está no poder público que disponibiliza amparo; como é o caso do CRAS Centro de Referência e Assistência Social em Palmitos.

Realmente, o tema da Campanha da Fraternidade nos abre um leque de possibilidades para refletir sobre nossa dignidade enquanto habitantes do Planeta Terra. Saneamento básico, cuidado com a água , preservação da natureza, não podem estar desacompanhados da pergunta pel@ outro@. Precisamos refletir sobre as relações de poder que influenciam positiva ou negativamente na convivência entre nós. Tendo em vista que, compartilhamos essa grande “Casa Comum”. Ne-cessitamos resgatar o respeito e o cuidado que nos identificam enquanto humanos. Esta é nossa vocação a partir de Gênesis 1 e 2. Cuidemos desta nossa “Casa Comum”, pois ela é tanto o planeta, quanto o lar que compartilhamos com nossa família. E nesta Semana Santa lembremos: Cristo veio para nos dar vida e vida em abundância. Foi exatamente nessa luta e por mexer com as relações de poder injustas que ele – O CRISTO – foi parar na cruz.

Uma abençoada Semana Santa para tod@s com muita fé unida à ação.

Pastora Neida Inês Altevogt Sander

Categorias
Igreja

A profética ressurreição

“Estavas com fome e me destes de comer… ” Mt 25. 35 a
Não habitas somente dentro da igreja, onde, por vezes vamos para ignorar sua presença entre os pobres.
Prefere ter como templo a própria história humana e insiste em dizer que morras dentro de nós!
Nós somos o seu templo!
Seu coração bate no peito febril e abandonado do morador de rua.
Respira através do pulmão doente da criança hospitalizada.
Suas mãos tornam se calejadas enquanto anima o pequeno agricultor a continuar sua luta na terra.
Sua presença ilumina e alimenta o sonho dos desabrigados  de construir suas moradias que o Capitalismo impede.
É crucificado novamente através da vida sofrida da classe trabalhadora.
Mas a cada novo amanhecer ressuscita através da esperança teimosa do seu povo, e sorri destravado pelo sorriso banguelo da criança que morra debaixo da ponte.

João Henrique Stumpf

Categorias
Cartas Pastorais

Quem removerá as pedras?

Quando no domingo da Páscoa, de manhã bem cedo, as mulheres se dirigiram ao túmulo de Jesus, elas estavam preocupadas: quem as ajudaria a remover a pesada pedra que fechava a entrada do túmulo.

As mulheres foram ao túmulo, encontrando, não uma pedra pesada obstruindo o túmulo, mas a entrada do túmulo aberta e a pedra removida. Diante da  visão da pedra removida foram confrontadas por esta pergunta: “Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?” (Lc 24.5b). Jesus vive. Pedras removidas possibilitam ressurreição, vida nova.

Medos, conflitos, angústias, dúvidas, escuridão… são pedras cotidianas da vida pessoal e coletiva. Cada pessoa tem diante de si pedras que determinam dificuldades e limitações.

Pai de família procura emprego a fim de garantir o sustento de sua família, mas não é aceito nas ofertas de emprego, pois já tem mais de 40 anos e não está qualificado. Quem vai remover a pedra?

Jovem de família que tem tudo, mas lhe falta o principal: amor, carinho e atenção de seus pais, tempo para o diálogo e convívio. Por isso, na ausência dos pais, o filho procurou outra alternativa para encontrar a felicidade. E a encontrou no consumo de drogas. Quem vai remover a pedra?

Que dizer da pessoas cujas vidas foram tragadas pelo ritmo incessante do trabalho, os idólatras do lucro fácil, dos sacerdotes da competitividade, reféns dos desejos e do consumo supérfluo. Ou daqueles que foram robotizados pela moda e pelas medidas perfeitas, prisioneiros de suas próprias vaidades. O que dizer das pedras estúpidas da corrupção, do preconceito e da raiva, tão enraizadas em nossa cultura e teimosamente sendo lapidadas, como se fossem pedras preciosas, por indivíduos e instituições movidos por interesses pessoais ou corporativos? Pedras colocadas no caminho da vida, de diversos tamanhos, por diversos motivos. Quem as irá remover para que caminho da vida se faça livre?

A pedra removida no túmulo de Jesus permite às mulheres o acesso à descoberta de que ele não está morto, mas ressuscitou. Que a Páscoa nos permita libertar-nos do ritmo incessante do trabalho que adia para o futuro o presente que nunca a gente se dá, com a desculpa de que o tempo é dinheiro. Enfim, saciados de supérfluos, nunca alcançamos o essencial. Que ressuscitemos para ter um tempo à toa com nossa família, nossos amigos, para suportar opiniões diferentes e olhar o próximo como um semelhante.

Feliz Páscoa a quem não desista de remover as pedras no devido tempo. Feliz Páscoa.

P. Renato Küntzer – Coordenador Nacional da PPL.

Categorias
Igreja Noticias

E o Galileu foi morto…

“Meu Deus, meu Deus por que me abandonastes?” ( Mt 27. 46b)

O encontro de amigos da Quinta-feira chega ao fim no Jardim de Getsemani. Ali o mestre estava com medo. Deus estava com medo! O absurdo, o incompreensível, habitavam juntos o coração daquele esconderijo chamado Getsemani. O salvador do pobres parecia temer a ação dos poderosos. Seus amigos, porém, permaneciam com ele, porque na última noite haviam celebrado a vida, a partilha e a amizade.
E o mestre foi vítima da traição mais cruel que existe, a traição de um amigo. Sentiu na pele o lado negro da corrupção, quando foi declarado réu de morte pelo sistema jurídico judeu e romano. Sentiu a dor de ser rejeitado pelo povo nas horas que mais precisava do seu apoio. Mas sentiu a força do ombro amigo do pobre, ali representado por Simão ( O Cirineu) que o ajudou carregar a cruz. Jesus e o pobre sofreram juntos o peso do pecado daqueles que ainda não entenderam a mensagem do Reino de Deus.
Do alto da cruz parecia sentir o amargo sabor da derrota e do abandono de Deus e orava com o salmista: “Senhor, Senhor, porque me abandonastes?” Deus está morto… E assim acaba a sexta-feira e inicia o Sábado.
João Henrique Stumpf