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DEUS DA JUSTIÇA

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Manifesto da Pastoral Popular Luterana Referente a PEC 241

Pois, assim diz o SENHOR: “Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar” (Jr 22.3).

Estamos diante de um quadro em que vemos delimitado um ataque covarde às conquistas trabalhistas conquistadas a duras penas pela classe trabalhadora e pela população em geral. Sentimos que os direitos das pessoas cidadãs estão sendo usurpados com a desculpa de que a economia precisa crescer. Porém, sabemos que crescimento é algo relativo, se visto sob a ótica do povo trabalhador. Os movimentos populares estão sendo criminalizados e lideranças políticas de esquerda sendo perseguidas em nome de uma pretensa moralidade que não se comprova na prática. A judicialização da política ou a politização do judiciário colocam em risco a nossa já frágil democracia; abalada pelo golpe disfarçado em impeachment da presidenta da República, democraticamente eleita, Dilma Roussef. Este é o quadro atual em que a famigerada ideologia neoliberal mostra todas as suas garras e dentes. Diante desse cenário ficamos indignados com o pacote de maldades contra o povo chamado PEC 241 e, enquanto Pastoral Popular Luterana, protestamos contra o abuso de poder travestido em lei. Nisto, denunciamos a farsa dos argumentos para se legitimar a referida PEC: – Primeiro: diga-se que o Brasil tem reservas cambiais suficientes para enfrentar qualquer crise, sem exigir sacrifícios das pessoas e grupos mais pobres. Na contramão disto, a PEC congela os gastos com investimentos públicos, entre eles saúde e educação; além de reduzi-los drasticamente. – Segundo: o governo toma a opção de não arrecadar mais, deixando de taxar as grandes fortunas e cortando na carne dos trabalhadores. Só o imposto sobre grandes fortunas daria dinheiro de sobra para superar qualquer dificuldade e investir na máquina pública. Contudo, ao retirar e limitar o dinheiro de áreas essenciais para a população (como saúde e educação, etc.), esses recursos passam a ser destinados para pagar os juros extorsivos da dívida; privilegiando os banqueiros e favorecendo a usura que dá suporte às elites. – Terceiro: não há nenhum critério de justiça quando se opta em não cobrar as bilionárias sonegações de impostos, as grandes heranças que não são taxadas e não se arrecada sobre os juros extorsivos praticados pelos bancos. Não se pode falar em justiça social quando os que são mais vulneráveis têm que pagar as contas do luxo e da ostentação das elites dominantes.
– Quarto: é obrigação do governo investir em educação, saúde e assistência social. Aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição que limite os gastos com itens essenciais à sobrevivência dos mais vulneráveis é um gesto covarde para continuar mantendo privilégios. Além de roubar as conquistas sociais alcançadas nos últimos tempos, garantidas por lei. – Quinto: a PEC 241 é não é apenas mais um elemento do golpe realizado pelas elites com o apoio da mídia e do judiciário. Ela coroa a estratégia de empobrecimento da população para gerar mão de obra barata por 20 anos; para que empresas lucrem em cima do povo. Quanto mais fragilizada estiver a população, mais subserviente será. Essa PEC está aliada à entrega do pré-sal, à reforma previdenciária e ao ataque contra os direitos trabalhistas. O objetivo é claro: tornar o povo dependente das migalhas oferecidas pelas elites. – Sexto: o novo regime fiscal e o teto estabelecido para o gasto público são ataques diretos aos direitos cidadãos conquistados na Constituição de 1988. – Sétimo: a PEC 241 compromete as atividades fins do Estado como saúde, educação, moradia, assistência social e segurança. Além disso, ela não versa nada sobre os gastos absurdos com a manutenção das regalias da classe política brasileira e das elites. Além disso, trata-se de uma afronta ao Evangelho de Salvador Jesus Cristo, pois ao negar de comer, de beber, de vestir, de cuidar da saúde, de cuidar dos presos (segurança) – conforme está escrito em Mateus 25.35-41– nega-se a dignidade da vida abundante (Cf. João 10.10) aos mais pobres que são os que mais vão sofrer com as medidas cruéis e desumanas deste pacote de maldades que é a Proposta de Emenda Constitucional 241.
Javé, o Deus da nossa justiça (Jeremias 23.6), julgará aqueles que atentam contra a causa do Reino, maltratando e explorando o seu povo. Diante deste cenário não podemos nos omitir enquanto pessoas cristãs. Assim sendo, nos solidarizamos com a classe trabalhadora e com os movimentos populares contra o golpe que atinge a nação brasileira e apoiamos as lutas populares para a superação dessa situação injusta e sonegadora de direitos.

Pastoral Popular Luterana – PPL

Palmitos,SC, outubro de 2016

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Carta aberta do II Encontro Estadual Ecumênico do Paraná

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A atuação e participação das mulheres na Reforma Protestante do século XVI

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A Pastoral Popular Luterana convida para a oração

Deus, que és pai e mãe, viemos a Ti, nesse momento em que a Pastoral Popular Luterana, os movimentos sociais e populares e o povo brasileiro foram fortemente golpeados, reconhecer alguns dos pecados que se instalaram na sociedade brasileira, entre eles: a manipulação da mídia que alimenta ódio e raiva; a prática da mentira e manipulação que cegam para a verdade fortalecendo os preconceitos étnico, econômico, de gênero e outros; por prevalecer o interesso político e econômico sobre os avanços sociais, negando assim a plena cidadania e a democracia arduamente conquistada, assim, também, o Teu Evangelho, seu sonho de vida plena para todas as pessoas que são suas filhas.

Para estarmos em coerência com a nossa identidade pastoral e popular e com o compromisso evangélico irrevogável com o Reino de Deus não compactuamos com a ameaça aos direitos das pessoas, que nesse momento se instaura sobre o Brasil. Intercedemos a Deus especialmente pelas pessoas historicamente excluídas e marginalizadas as mais atingidas e ameaçadas pelas consequências deste golpe, politicamente arquitetado e “legalizado”.

Intercedemos para que a verdade, a justiça e o profético Evangelho prevaleçam. Intercedemos pelo compromisso com as pautas e agendas dos movimentos sociais e populares e em favor da reconstrução da democracia, da cidadania plena e dos direitos constitucionais, como sinais visíveis do Reino de Deus por Jesus Cristo anunciado.

Iluminados pelo espírito profético e de indignação de Jesus de Nazaré entregamos o nosso presente e futuro em tuas bondosas mãos.

Amém!

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Posicionamento Pastoral – Crise Hídrica no ES

POSICIONAMENTO PASTORAL A RESPEITO DA CRISE HÍDRICA, ESTIAGEM E ENDIVIDAMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NAS REGIÕES NORTE E NOROESTE DO ESPÍRITO SANTO

O norte e o noroeste do Estado do Espírito Santo enfrentam a maior seca de que se tem notícia nos últimos oitenta anos. Os rios estão secando. Nascentes que no passado nunca deixaram de verter água, transformaram-se em terra tórrida. Este quadro desolador exige dos ministros e da IECLB uma postura solidária, ética e esperançosa. Somente falar em crise não resolve.Concordamos e assumimos em repudiar, juntamente com todos os nossos parceiros e movimentos sociais, qualquer tipo de economia que promova a exclusão e a desigualdade, na qual o dinheiro reina em vez de servir. Somos contrários a ditames econômicos que destroem a criação de Deus. Sistemas excludentes, que promovem a desigualdade e ameaçam a vida, não podem ser suportados por trabalhadores, comunidades e pelo povo em geral.

Leia mais em http://www.luteranos.com.br/noticias/posicionamento-pastoral-a-respeito-da-crise-hidrica-estiagem-e-endividamento-da-agricultura-familiar-nas-regioes-norte-e-noroeste-do-espirito-santo

 

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PPL na Romaria dos Mártires da Caminhada em Ribeirão Cascalheira-MT

“Presente na caminhada!”

Este foi o grito por justiça, principalmente aos povos originários como os indígenas, quilombolas e camponeses pobres declamado por todos os 4 mil romeiros e romeiras advindo de todas as partes do Brasil, da América Latina, da Europa, África e Japão. A Romaria foi na pequena cidade de Ribeirão Cascalheira, na Prelazia de São Fêliz do Araguaia, cidade onde o indigenista Pe João Bosco Burnier perdeu a sua vida na presença de D. Pedro Casaldáliga ao interpelar contra a polícia que torturava mulheres na cadeia próxima aos festejos da comunidade em 11 de outubro de 1976. Na ocasião, aproveitei para ter uma conversão com o atual bispo, D. Adriano para possibilidade de jovens da ADL estarem realizando inserção voluntária junto aos ribeirinhos, indígenas, quilombolas e assentados da prelazia.

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A profética ressurreição

“Estavas com fome e me destes de comer… ” Mt 25. 35 a
Não habitas somente dentro da igreja, onde, por vezes vamos para ignorar sua presença entre os pobres.
Prefere ter como templo a própria história humana e insiste em dizer que morras dentro de nós!
Nós somos o seu templo!
Seu coração bate no peito febril e abandonado do morador de rua.
Respira através do pulmão doente da criança hospitalizada.
Suas mãos tornam se calejadas enquanto anima o pequeno agricultor a continuar sua luta na terra.
Sua presença ilumina e alimenta o sonho dos desabrigados  de construir suas moradias que o Capitalismo impede.
É crucificado novamente através da vida sofrida da classe trabalhadora.
Mas a cada novo amanhecer ressuscita através da esperança teimosa do seu povo, e sorri destravado pelo sorriso banguelo da criança que morra debaixo da ponte.

João Henrique Stumpf

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Quem removerá as pedras?

Quando no domingo da Páscoa, de manhã bem cedo, as mulheres se dirigiram ao túmulo de Jesus, elas estavam preocupadas: quem as ajudaria a remover a pesada pedra que fechava a entrada do túmulo.

As mulheres foram ao túmulo, encontrando, não uma pedra pesada obstruindo o túmulo, mas a entrada do túmulo aberta e a pedra removida. Diante da  visão da pedra removida foram confrontadas por esta pergunta: “Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?” (Lc 24.5b). Jesus vive. Pedras removidas possibilitam ressurreição, vida nova.

Medos, conflitos, angústias, dúvidas, escuridão… são pedras cotidianas da vida pessoal e coletiva. Cada pessoa tem diante de si pedras que determinam dificuldades e limitações.

Pai de família procura emprego a fim de garantir o sustento de sua família, mas não é aceito nas ofertas de emprego, pois já tem mais de 40 anos e não está qualificado. Quem vai remover a pedra?

Jovem de família que tem tudo, mas lhe falta o principal: amor, carinho e atenção de seus pais, tempo para o diálogo e convívio. Por isso, na ausência dos pais, o filho procurou outra alternativa para encontrar a felicidade. E a encontrou no consumo de drogas. Quem vai remover a pedra?

Que dizer da pessoas cujas vidas foram tragadas pelo ritmo incessante do trabalho, os idólatras do lucro fácil, dos sacerdotes da competitividade, reféns dos desejos e do consumo supérfluo. Ou daqueles que foram robotizados pela moda e pelas medidas perfeitas, prisioneiros de suas próprias vaidades. O que dizer das pedras estúpidas da corrupção, do preconceito e da raiva, tão enraizadas em nossa cultura e teimosamente sendo lapidadas, como se fossem pedras preciosas, por indivíduos e instituições movidos por interesses pessoais ou corporativos? Pedras colocadas no caminho da vida, de diversos tamanhos, por diversos motivos. Quem as irá remover para que caminho da vida se faça livre?

A pedra removida no túmulo de Jesus permite às mulheres o acesso à descoberta de que ele não está morto, mas ressuscitou. Que a Páscoa nos permita libertar-nos do ritmo incessante do trabalho que adia para o futuro o presente que nunca a gente se dá, com a desculpa de que o tempo é dinheiro. Enfim, saciados de supérfluos, nunca alcançamos o essencial. Que ressuscitemos para ter um tempo à toa com nossa família, nossos amigos, para suportar opiniões diferentes e olhar o próximo como um semelhante.

Feliz Páscoa a quem não desista de remover as pedras no devido tempo. Feliz Páscoa.

P. Renato Küntzer – Coordenador Nacional da PPL.

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E o Galileu foi morto…

“Meu Deus, meu Deus por que me abandonastes?” ( Mt 27. 46b)

O encontro de amigos da Quinta-feira chega ao fim no Jardim de Getsemani. Ali o mestre estava com medo. Deus estava com medo! O absurdo, o incompreensível, habitavam juntos o coração daquele esconderijo chamado Getsemani. O salvador do pobres parecia temer a ação dos poderosos. Seus amigos, porém, permaneciam com ele, porque na última noite haviam celebrado a vida, a partilha e a amizade.
E o mestre foi vítima da traição mais cruel que existe, a traição de um amigo. Sentiu na pele o lado negro da corrupção, quando foi declarado réu de morte pelo sistema jurídico judeu e romano. Sentiu a dor de ser rejeitado pelo povo nas horas que mais precisava do seu apoio. Mas sentiu a força do ombro amigo do pobre, ali representado por Simão ( O Cirineu) que o ajudou carregar a cruz. Jesus e o pobre sofreram juntos o peso do pecado daqueles que ainda não entenderam a mensagem do Reino de Deus.
Do alto da cruz parecia sentir o amargo sabor da derrota e do abandono de Deus e orava com o salmista: “Senhor, Senhor, porque me abandonastes?” Deus está morto… E assim acaba a sexta-feira e inicia o Sábado.
João Henrique Stumpf