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A Pastoral Popular Luterana convida para a oração

Deus, que és pai e mãe, viemos a Ti, nesse momento em que a Pastoral Popular Luterana, os movimentos sociais e populares e o povo brasileiro foram fortemente golpeados, reconhecer alguns dos pecados que se instalaram na sociedade brasileira, entre eles: a manipulação da mídia que alimenta ódio e raiva; a prática da mentira e manipulação que cegam para a verdade fortalecendo os preconceitos étnico, econômico, de gênero e outros; por prevalecer o interesso político e econômico sobre os avanços sociais, negando assim a plena cidadania e a democracia arduamente conquistada, assim, também, o Teu Evangelho, seu sonho de vida plena para todas as pessoas que são suas filhas.

Para estarmos em coerência com a nossa identidade pastoral e popular e com o compromisso evangélico irrevogável com o Reino de Deus não compactuamos com a ameaça aos direitos das pessoas, que nesse momento se instaura sobre o Brasil. Intercedemos a Deus especialmente pelas pessoas historicamente excluídas e marginalizadas as mais atingidas e ameaçadas pelas consequências deste golpe, politicamente arquitetado e “legalizado”.

Intercedemos para que a verdade, a justiça e o profético Evangelho prevaleçam. Intercedemos pelo compromisso com as pautas e agendas dos movimentos sociais e populares e em favor da reconstrução da democracia, da cidadania plena e dos direitos constitucionais, como sinais visíveis do Reino de Deus por Jesus Cristo anunciado.

Iluminados pelo espírito profético e de indignação de Jesus de Nazaré entregamos o nosso presente e futuro em tuas bondosas mãos.

Amém!

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Posicionamento Pastoral – Crise Hídrica no ES

POSICIONAMENTO PASTORAL A RESPEITO DA CRISE HÍDRICA, ESTIAGEM E ENDIVIDAMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NAS REGIÕES NORTE E NOROESTE DO ESPÍRITO SANTO

O norte e o noroeste do Estado do Espírito Santo enfrentam a maior seca de que se tem notícia nos últimos oitenta anos. Os rios estão secando. Nascentes que no passado nunca deixaram de verter água, transformaram-se em terra tórrida. Este quadro desolador exige dos ministros e da IECLB uma postura solidária, ética e esperançosa. Somente falar em crise não resolve.Concordamos e assumimos em repudiar, juntamente com todos os nossos parceiros e movimentos sociais, qualquer tipo de economia que promova a exclusão e a desigualdade, na qual o dinheiro reina em vez de servir. Somos contrários a ditames econômicos que destroem a criação de Deus. Sistemas excludentes, que promovem a desigualdade e ameaçam a vida, não podem ser suportados por trabalhadores, comunidades e pelo povo em geral.

Leia mais em http://www.luteranos.com.br/noticias/posicionamento-pastoral-a-respeito-da-crise-hidrica-estiagem-e-endividamento-da-agricultura-familiar-nas-regioes-norte-e-noroeste-do-espirito-santo

 

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Quem removerá as pedras?

Quando no domingo da Páscoa, de manhã bem cedo, as mulheres se dirigiram ao túmulo de Jesus, elas estavam preocupadas: quem as ajudaria a remover a pesada pedra que fechava a entrada do túmulo.

As mulheres foram ao túmulo, encontrando, não uma pedra pesada obstruindo o túmulo, mas a entrada do túmulo aberta e a pedra removida. Diante da  visão da pedra removida foram confrontadas por esta pergunta: “Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?” (Lc 24.5b). Jesus vive. Pedras removidas possibilitam ressurreição, vida nova.

Medos, conflitos, angústias, dúvidas, escuridão… são pedras cotidianas da vida pessoal e coletiva. Cada pessoa tem diante de si pedras que determinam dificuldades e limitações.

Pai de família procura emprego a fim de garantir o sustento de sua família, mas não é aceito nas ofertas de emprego, pois já tem mais de 40 anos e não está qualificado. Quem vai remover a pedra?

Jovem de família que tem tudo, mas lhe falta o principal: amor, carinho e atenção de seus pais, tempo para o diálogo e convívio. Por isso, na ausência dos pais, o filho procurou outra alternativa para encontrar a felicidade. E a encontrou no consumo de drogas. Quem vai remover a pedra?

Que dizer da pessoas cujas vidas foram tragadas pelo ritmo incessante do trabalho, os idólatras do lucro fácil, dos sacerdotes da competitividade, reféns dos desejos e do consumo supérfluo. Ou daqueles que foram robotizados pela moda e pelas medidas perfeitas, prisioneiros de suas próprias vaidades. O que dizer das pedras estúpidas da corrupção, do preconceito e da raiva, tão enraizadas em nossa cultura e teimosamente sendo lapidadas, como se fossem pedras preciosas, por indivíduos e instituições movidos por interesses pessoais ou corporativos? Pedras colocadas no caminho da vida, de diversos tamanhos, por diversos motivos. Quem as irá remover para que caminho da vida se faça livre?

A pedra removida no túmulo de Jesus permite às mulheres o acesso à descoberta de que ele não está morto, mas ressuscitou. Que a Páscoa nos permita libertar-nos do ritmo incessante do trabalho que adia para o futuro o presente que nunca a gente se dá, com a desculpa de que o tempo é dinheiro. Enfim, saciados de supérfluos, nunca alcançamos o essencial. Que ressuscitemos para ter um tempo à toa com nossa família, nossos amigos, para suportar opiniões diferentes e olhar o próximo como um semelhante.

Feliz Páscoa a quem não desista de remover as pedras no devido tempo. Feliz Páscoa.

P. Renato Küntzer – Coordenador Nacional da PPL.