Categorias
Mensagem

A PPL como testemunha da profecia que anseia por justiça!

Por: Pablo Fernando Dumer

 “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” Amós 5.24

Essas palavras chamam atenção contra uma religião institucionalizada, ferramenta do Estado, que legitima o poder das elites e a opressão do povo. O profeta Amós dirige severas críticas à religião de seu tempo e servem de alerta à união entre uma política conservadora e uma religião sedenta de poder. O que Amós critica é o uso da religião como ferramenta ideológica para sustentar o poder econômico e político, exclusão de pessoas, sedimentação do ódio.

Suas críticas à religião institucional, braço ideológico da monarquia, nasce do evento fundante de sua fé e da fé de seu povo: a experiência do Deus que conduziu sua libertação da escravidão do Egito e os conduziu a um pedaço de terra. Sua crítica nasce da fé num Deus que não se encontra do lado dos poderosos, não se encontra em palácios, em templos suntuosos, mas se encontra no chão que o camponês cultiva, no dia-a-dia do trabalho e da luta pela sobrevivência, na garganta seca por água, por vinho. Suas críticas nascem da fé num Deus que diz àqueles que esmagam os pequenos e as pequenas: “Não em meu nome”. A profecia de Amós diz basta a legitimação religiosa da opressão sobre o povo sofrido.

A Pastoral Popular Luterana tem sua missão atrelada à mesma fé. Fé esta que quer ser testemunhada publicamente. Fé esta que quer ser voz crítica, voz profética, fé que se torna ato público de resistência dos assassinados, das assassinadas com legitimação religiosa e dizer: “Não em nosso nome” e dessa forma dizer que discursos religiosos de ódio não representam o Deus libertador e o Jesus Cristo acolhedor.

Nesta motivação de fé, a Pastoral Popular Luterana promove vivências de fé até debates políticos, querendo refletir sobre os problemas da sociedade e contribuir com um testemunho profético e libertador e empoderamento de ações de justiça, inclusão e cidadania em nosso país, enquanto cresce discursos religiosos de ódio e legitimação de jogo por poder.

Fazemos votos e testemunhamos aqui nossa missão advinda desta fé que nos encoraja a nos unirmos na ardente espera e na luta por um mundo onde o direito brota como fonte e que a justiça corra qual riacho que não seca. Amém, axé, awere!

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *